quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A experiência de "Final Cut"



Do cinema húngaro contemporâneo não vem apenas o génio de Béla Tarr. Há também um outro cineasta que explora novas dimensões da Sétima Arte. Chama-se György Pálfi, tem apenas 40 anos e notabilizou-se com o filme muito pouco ortodoxo "Taxidermia" em 2006.
A verdade é que o último filme de Pálfi (datado de 2012) é um verdadeiro monumento de amor pelo cinema. Intitula-se "Final Cut - Ladies and Gentlemen" e conta a história de amor entre um homem e uma mulher a partir de imagens de arquivo de clássicos do cinema mundial. O "homem" é representado por Marcello Mastroianni, Chaplin, Woody Allen, Al Pacino, Robert De Niro, Brad Pitt e centenas de outros atores. Já a "mulher" assume as formas de Audrey Helburn, Greta Garbo, Diane Keaton, Gina Lollobrigida, Sharon Stone e muitos outras.
Confusos? 

Num primeiro momento, esta descrição pode parecer que seja um filme hermético e experimentalista sem sentido. Nada disso: é um filme fascinante e divertido que nos agarra desde o primeiro fotograma a partir de centenas de filmes diferentes (mais de 500) e que prova que a montagem é uma das mais importantes ferramentas do cinema.
Além das cenas de diversos filmes, a montagem também abarca diversas bandas sonoras deslocadas dos seus filmes originais e organizadas visando a coerência narrativa desta obra. "Final Cut", através do seu prodigioso trabalho de colagem, induz o espectador numa experiência cinematográfica e visual única. Uma experiência que une o universal e o individual e que nos transporta para a memória riquíssima da história do cinema, numa espantosa homenagem ao poder simbólico das imagens da Sétima Arte. Altamente recomendável, portanto.

Para ver o filme na íntegra abri aqui.

Eis um excerto do filme com uma sequência de dança e de beijos.

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